sexta-feira, 4 de maio de 2007

Texto Juliana Albuquerque. Centro de Ensino Experimental de Garanhuns - CEEG

Centro de Ensino Experimental de Garanhuns - CEEG
Aluna: Juliana Albuquerque Constantino
Turma: 1º ano G
Projeto: Direitos Humanos- Educando para Valores

O Grito da Educação

O silêncio foi rompido, ouve-se um grito agudo, mas poucos param para ouvir.
_ É uma injustiça, exijo meus direitos! Será possível que ninguém me ouve?
Era a Educação, berrando aos quatro ventos a sua indignação. De repente, se ouve uma outra voz, que para a Educação era bastante familiar.
_O que é isso, já se esqueceu de mim?
E a Educação, como para confirmar suas suspeitas, pergunta:
_Quem é?
_Sou eu ora, Paulo Freire, um dos teus maiores defensores!
_Mas, como é possível, tu já não tinhas passado dessa para uma melhor?
_ Da mesma forma que Machado de Assis precisou ressuscitar Brás Cubas, teu grito despertou-me . Do que reclamas?
_ De tudo meu caro! Acredita-me o senhor que ainda existem escolas onde o espaço pedagógico é totalmente desrespeitado?
_ Como assim? Pergunta ele.
_ Crianças, coitadas, sentadas no chão por falta de cadeira. Professores então, não têm outro material, a não ser o giz, e olhe lá! E o pior de tudo: conteúdos trabalhados sem levar em conta a realidade dos alunos.
_ Mas como? Eu pensei que isso já tinha acabado, até porque o método que eu criei vai totalmente contra a essa forma arcaica de ensinar, valoriza o diálogo e a libertação do ser humano. Defende também que um espaço digno é fundamental para se aprender. Por que estamos assim ainda?
_ Não sei, mas quero saber.E quero que todo mundo saiba também. Afinal, a maior vítima disso tudo sou eu!
_ E os alunos, Educação? E os alunos? Disse Freire.
_ Pois é, e não sabes do pior!
_ Conta-me então!
_ Existem alunos que são desrespeitados por suas crenças religiosas, sua cor, sua opção sexual, seu modo de falar(Bagno não me deixa mentir).
_ Isso é possível? Em pleno século XXI? Então o “Cidadão continua de papel”? Precisamos perguntar a Dimenstein.
_ Tanto é possível que é o que está aí.
_ E a questão ambiental?... A higiene, como está?
_ Isso aí é um problemão. Com relação à escola, alguns alunos não cooperam, jogam o lixo em qualquer lugar, menos no lixeiro! Problema de “educação”, que educação?...
_ E, já tem algo em mente para solucionar essas situações? Pergunta Paulo Freire.
_ Sim; por exemplo: se todos que formam a comunidade escolar refletissem sobre a importância de um ambiente limpo, digno; de como aulas dinâmicas aceleram a aprendizagem, e se as diferenças culturais tivessem o devido respeito, já teríamos um bom começo.
_ Concordo, mas para que essa idéia pule do papel, dê cambalhotas e torna-se concreta, é necessário uma coisa.
_ O quê? Me diz, me diz! Disse a Educação toda animada.
_ A mudança tem que acontecer em cada um.Se cada um fizer a sua parte, porém, não isoladamente, tudo vai pra frente.
_ Tens razão! Disse a Educação,um pouco aliviada.
_ Agora tenho que ir, é tarde.
_ Não Freire, por favor, preciso de você para realizar este projeto.
_ Mas existem tantos outros que te ajudarão com eu, és muito importante, és um direito social, não te abandonarão, vão te ajudar!
_Se é assim, tudo bem, afinal, já deste tua valiosa parcela de contribuição. Não criaste apenas um método de alfabetização, mais que isto, criaste uma concepção de educação.
_ Pois é amiga, tenha fé. Com certeza te Darão o valor que mereces.
Dessa forma, Paulo Freire se foi. Foi fazer a “ leitura de outro mundo”.
Esses dias, a Educação conversando comigo, pediu que passasse o seguinte recado:
_ Se alguém quiser ajudar-me a colocar meu projeto em prática, é só procurar-me, e eu aceitarei muito satisfeita.
Disse-me apenas isso, e saiu correndo, gritando mais uma vez e pedindo ajuda por aí.
Freire desperta novamente, e com voz sonolenta e aspecto de quem desperta de um sonho, pergunta:
_ Alguém pode me dizer que História é essa da criação de “ Centro de Ensino Experimental’’ em minha terra?
_ “ Milagres Acontecem”!!!???


Professor Orientador: Maria do Socorro Cordeiro Feitosa ( Língua Portuguesa e Literatura Brasileira)

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